MOVIMENTO NO BRASIL
O MOVIMENTO SUFI NO BRASIL
Brasil, o começo:
Em 1919 Cecil Britten Eric Best foi iniciado na Ordem Sufi por P.O.M. Inayat Khan, na Inglaterra. Em 1921, foi nomeado como um Cherag of Universal Worship, Igreja de Todos, por Inayat Khan. Cecil era funcionário do Banco de Londres e havia sido transferido para o Brasil. Apesar de estar trabalhando para o Banco de Londres, em seu coração Cecil, agora chamado Shabaz, sabia que sua verdadeira tarefa seria trabalhar para a Sufi Lodge na América do Sul. O Pir-o-Murshid lhe deu instruções para "Um projeto de atividade para um Cherag da Ordem Sufi, a futura Igreja de Todos".
Ao chegar ao Brasil no final de 1921, Shabaz entrou em contato com a Sociedade Teosófica no Rio de Janeiro, que havia sido fundada no ano anterior. Por isso, os primeiros simpatizantes do sufismo foram alguns frequentadores da sociedade teosófica - como Aleixo de Souza, Henry e Kathe Wtschel, Ester e seu irmão Henrique Bernardes, esses eram amigos envolvidos em assuntos mais profundos, que datam de 1923-24.
Porém, essa não era a primeira visita de Shabaz ao Brasil e, portanto, ele havia feito anteriormente amigos músicos uma vez que tinha uma voz de baixo quase profissional. Então nessa visita anterior, Antoinette Rudge Miller, Guiomar Novais e Mary Coggin Rumley haviam se apresentado com ele, isso ainda antes da Primeira Guerra Mundial.
Uma figura muito anterior a aparecer nessa história foi Robert Edwin Inman (Hal) Padrinho, como ele o chamava, um inspetor de navios do Lloyds. Ele era um cavalheiro de aparência grave que chegava domingo de manhã e estudava com Shabaz no Santuário.
Shabaz escreveu: "Naquela época, éramos muito pobres e lutávamos com o trabalho de Murshid. Eu estava tentando vender alguns dos livros de Murshid e o Sr. Inman era o único que demonstrava interesse. Fiquei tão impressionado que queria dar ele os livros, mas ele insistiu em comprá-los. Então eu o convidei a vir noa visitar".
Outros discípulos primitivos eram membros da família alemão-suíça Hohl, cujo chefe era o pastor da Igreja Evangélica em Petrópolis. John, Louisa, Joanna e Robert Hohl, todos participam de uma aula noturna que pode ter começado como "língua inglesa" em 1924-25. Outros membros da Igreja foram Arthur Phillips, do Banco, e sua esposa Inez.
1926 trouxe 5 meses de licença em Londres e Shabaz e sua esposa tiveram a oportunidade de visitar Inayat e sua família. Eles viajaram para a Suíça para isso, e foi enquanto navegava no lago de Genebra que Inayat Khan ditou a Cecil o esboço dos Serviços de Comunhão que ele estava planejando. Inayat fez de Shabaz um Shaikh, nomeou-o Esoteris Líder do Brasil e deu-lhe o nome de Shabaz.
De volta ao Brasil, no início de 1927, a Family Best foi instalada no "Sufi Lodge", uma casa solitária em uma estrada desfeita, cercada pelas colinas de Santa Thereza. O Banco havia possibilitado a Shabaz construir sua própria casa, e ela se tornou o centro da obra sufi. A casa recebeu as bênçãos de Inayat, pois ele foi inesperadamente "visto" por uma empregada, inspecionando as premissas - isso ocorreu antes ou logo depois sua morte em fevereiro de 1927, a empregada viu sua foto na escrivaninha de Shabaz e relatou a aprovação de Inayat durante esse encontro.
Em 1928, houve uma visita inesperada do Sr. Zanet, Talewar, Dussaq e Ronald M. Armstrong no caminho de volta da Argentina. Eles produziram fotografias na Argentina, tiradas na "A Primeira Igreja da Adoração Universal realizada no continente da América do Sul", e ficaram um tanto pasmos ao descobrir que o Sr.Best (Shabaz) "vinha conduzindo silenciosamente a Adoração Universal no Brasil nos últimos sete anos". Eles perguntaram a Shabaz se ele permaneceria em silêncio sobre o assunto e concordaram em alterar a legenda da foto na Argentina.
Pouco tempo após a visita deste trio, houve dificuldades no recebimento do material da aula de Geneve. Dussaq (um advogado) havia, de fato, após a morte de Inayat Khan se tornado uma figura influente na Sede na Suiça. Shabaz pagou uma passagem de Murshida Ada Martin para visitar o Rio em 1928. Ela deu-lhes alguma orientação em suas vidas espirituais e deu três palestras públicas bem assistidas no grande salão da Loja Sufi. Deu à esposa de Shabaz o nome iniciático de Nuria.
Em 1929, um encontro casual com Moses B. Cotsworth, homem da Reforma do Calendário da Liga das Nações, levou a uma reunião com os dois primeiros trabalhadores mais devotados sobre a causa sufi no Brasil: Renee (Satva) e Wilfred (Amin) Rouques. Eles trabalharam para a Crônica Anglo-Brasileira - um diário, e organizaram a publicação das "Palavras de Sabedoria" (citações de Gayan e Vadan) em seu semanário. Eles também relataram os encontros musicais que Shabaz e Nuria realizavam uma vez por ano,durante cerca de 4-5 anos seguidos. Esses Musicales reuniam algumas vezes convidados falando até sete idiomas diferentes ao mesmo tempo. Entre 40 e 70 pessoas: artistas, músicos, diplomatas e Shabaz, lia um artigo de Inayat Khan sobre música.
Em 1930 viu a família Best na Inglaterra novamente. Também testemunhou muito descontentamento entre os antigos seguidores de Inayat.
Em 1934, Shabaz foi convidado a frequentar a Escola de Verão na América. No final da escola, Murshida Martin o ordenou Siraj, com o poder de ordenar conferências, e ele viajou para o famoso Concil em Genebra como seu representante. Lá, suas iniciativas com a mensagem foram rudemente rejeitadas. A amargura dessa experiência foi tão grande que não há dúvida de que isso a marcou por toda a vida. (EM CONSTRUÇÃO)

Shabaz Best

Nuria e Shabaz Best, 1917

Sufi Lodge, 1930 - Rio de Janeiro (Brasil)